sábado, 11 de julho de 2009

Capitulo Dezesseis - Metade

Por Matt Rider

O corpo dela imóvel ali, me causava a pior dor que eu poderia sentir. Eu estava ajoelhado ao lado dela, esperando que ela se levantasse. Sam estava tão desesperado quanto eu. Mas ele conseguia gritar, ele conseguia se mexer, ele sacudia o corpo dela diversas vezes. Parecia que eu havia congelado. Meu corpo parecia ter sido feito de chumbo. Eu podia afirmar que ela estava viva, pelo fato de seu coração estar batendo como as asas de um beija-flor.
A pouco, eu havia voltado de uma caçada. O gosto do sangue parecia ainda estar entranhado em minha garganta, me fazendo odiar cada vez mais a minha condição de existência. A sala estava parcialmente vazia quando cheguei. Aproveitei o quase silencio que tomava o local, pra espiar o coração de minha amada. O que na verdade não era tão difícil, quando a maioria dos corações presentes, já havia se calado fazia um bom tempo. Como sempre ele batia rápido demais, e sua respiração estava ofegante. Parecia um padrão noturno para dela. Ela se mexia demais a noite.
Eu já estava cansado e aos poucos fui desligando a minha atenção dela. Meus olhos estavam mais pesados e quando piscava, quase esquecia como abri-los. Foi quando notei a mudança em sua respiração. Me concentrando um pouco mais, pude ouvir seus passos. Ela estava vindo para cá? Eu já estava de pé, indo em direção as escadas, quando ela desceu correndo as mesmas. Seu rosto cheio de lagrimas e os cabelos presos no que parecia um nó. Seus olhos procuravam alguém, e eu sabia que era. O vampiro sabe-tudo que era o irmão dela.
Ela parecia mal se agüentar em pé.
- SAM! – sua voz parecia sufocada. E então, ela pareceu não agüentar o peso de seu corpo e começou a cair. Não antes que eu pudesse alcançá-la. Ela já estava em meus braços quando apagou.
Como pode ser tão frágil? Ela parecia uma boneca de porcelana, que a qualquer descuido seu, poderia se quebrar. O que no meu caso não era uma metáfora. Qualquer descuido meu ela poderia se quebrar. Argh. Monstro, monstro, monstro.
- Sam? – sua tentativa de falar não passou de um sussurro.
É claro que no instante que ela deu sinal de vida, Sam já estava tirando-a de meus braços. Eu tinha prometido a mim mesmo que ia tentar evitar atritos com ele, mas não por causa dele, e sim por ela. Era claro que já havia uma irmandade entre eles. Mas eu faria tudo por ela. Tudo.
Ele a deitou em um sofá, e pedia que ela se acalmasse que ela explicasse para ele o que estava acontecendo. Era obvio que o lance de radio fora de sintonia estava funcionando nesse momento, a cara de frustração de Sam, era um tanto... Engraçada?
- Eu penso e você vê está bem? – o esforço que ela fazia para falar estava claro somente para mim?
Eu não entendi o que os dois estavam fazendo, mas eles seguram suas mãos e pareciam se concentrar ao máximo. Parecia que eles tinham entrado em uma espécie de transe. Quando Sam pareceu se desconectar, pela sua cara, vi que a coisa não era tão boa.
Nem por Anne, que soltou um baixo gemido e voltou a chorar sem parar. Mas dessa vez eu não agüentei, corri para perto dela. No mesmo segundo que eu parei ao seu lado, ela já estava em meus braços. Suplicando para que salva-se ele. Ele quem?
- Quero todos preparados em 2 minutos. Pablo, Chris e Damian, vocês vem comigo. – Sam gritava instruções para uma batalha? Que diabos estava acontecendo?
- NÃO! – Anne se soltou de meu abraço e tentou ficar em pé. Mas novamente suas pernas a traíram e ela já estava caindo, não antes que eu pudesse pegá-la.
Todos se calaram. Ela estava angustiada, seu rosto se contorcia em dor. Ela era tão... Previsível.
- Não, Não e Não. Você não vai pra lá Sam. Não tem como fazer nada, ele já está... Morto. – ela disse a ultima palavra num sussurro, e tornou a chorar.
- Você está enganada. – Sam parecia certo no que dizia. O rosto de Anne se suavizou, mas logo foi preenchido por uma ruga de preocupação que surgiu em sua testa. – O jornal Anne, o jornal que tava passando na sala, é o que começa as duas da manha. Ainda são uma e quarenta e três, temos como salvá-lo. – Sam deu um leve sorriso para ela.
Eu senti ela tremer e seu rosto voltando a como estava antes.
- NÃO! – ela tentou gritar, mas sua voz estava sufocada. – Ele pode matar alguém. Ele pode te matar. – sua voz não passava de um baixo sussurro, mas eu sabia que todos que estavam ali, conseguiriam ouvir.
- Somos fortes. – Sam usou seu tom de nada-me-abala, mas eu podia ver que ele estava mal também. Mas pouco me importava o que ele estava sentindo.
O olhar dele pousou em mim, por uma fração de segundo, achei que ele iria fazer algum comentário sobre o que eu estava pensando, mas não.
- Matt cuide de Anne, por favor. – Admito, primeiro essa era uma frase que eu nunca achei que ouviria dele. E por favor? Ele tava sendo gentil comigo? Vivendo e aprendendo, ou melhor, existindo e se surpreendendo.
Eu assenti levemente com a cabeça, tentando absorver a novidade. Anne não parava de chorar ao meu lado, meus braços a segurando fortemente. Eu afaguei seu rosto levemente e antes que pudesse terminar esse movimento, nós já estávamos sozinhos na sala.
Sam estava realmente louco? Levar todos com ele? Era realmente necessário a presença de 20 vampiros bem treinados? Eu ainda não havia entendido o que estava acontecendo. Mas pelo visto e obvio, envolvia os caras do outro lado. Os ‘carnívoros’ como o povo daqui gostava de chamar. Meio hipócrita esse apelidinho, já que aqui ninguém se alimentava só de alface e rúcula. Sangue de animal, sangue humano. Qualquer um que fosse o alimento, ainda acho que nos classificamos iguais. Monstros.
Então haveria uma luta com os outros. Ah como eu queria estar lá. Era realmente prazeroso brigar com eles, já que eles me puseram nesta condição. Se não fossem eles, naquele maldito dia, eu teria dito não pra quem quisesse tentar me transformar e estaria livre. Eu seria um adolescente normal. Me preocupando com coisas normais.
Mas pensando por um lado mais otimista, talvez eu nunca tivesse conhecido ela. O que seria bem provável, sendo meu país de origem Inglaterra. Nossos destinos nunca se encontrariam? Eu estremeci com a idéia. Ela pareceu notar.
- Fique mais calma. – eu tentei sorrir, mas minha mente ainda processava a idéia de nunca tê-la perto de mim.
- Só estou cansada de perder por causa daquele cara. – sua voz continuava fraca. Ela me olhava nos olhos intensamente. Eu gostava quando ela me olhava daquela forma.
- Sam é forte e rápido. Pode contar que nada vai acontecer com ele. – eu tentei passar o máximo de confiança possível para ela.
- Obrigada por estar aqui. Obrigada por me dar força. – ela parecia melhor. Eu sorri, pela falta de palavras. A cada segundo que eu passava perto dela, maior era a minha certeza de que ela era tudo o que eu poderia querer.
Ela levantou e começou a andar de um lado para o outro. Não a impedi. Talvez ficar parada a angustiasse mais. Até que ela pareceu se cansar, e sentou nas escadas, com os olhos vidrados na porta de entrada. Eu fui para o seu lado, me perguntando se ele preferiria permanecer sozinha.
- Posso? – perguntei, apontando para o espaço vazio ao seu lado.
Inesperadamente, ela puxou uma das minhas mãos e as entrelaçou com as delas. Eu sorri, me sentando ao seu lado. Com a outra mão, ela começou a fazer círculos na parte de cima de minha mão, parecendo absorta em seus pensamentos.
- No que está pensando? – a pergunta me escapara.
- Se eles vão conseguir. – ela descansou a mão no espaço vazio do outro lado.
- O que exatamente aconteceu?
A pergunta não pareceu surpreende-la.
- Eu vi aquele monstro matar um garoto. Era como se eu estivesse assistindo tudo. Mas não podia fazer nada, foi horrível. – ela engoliu seco, e eu percebia seu esforço para não chorar.
Monstro. Aquela palavra, dita por ela, de alguma forma me afetou. E ela notou que algo havia me machucado.
- Eu já disse que não tenho medo de você. Vocês aqui são diferentes. – aquilo também a machucava. Me ver mal a machucava? Sem palavras, novamente.
- Você me deve uma resposta. – tentei mudar de assunto.
Seu coração acelerou novamente, e o rubor tomou seu rosto. Foi quando o cheiro me atingiu. O cheiro doce, insuportável. Não era o cheiro dela. Eu sabia muito bem do que se tratava. Era os outros, os carnívoros. Eles estavam perto, não um, mas vários.
Aquilo era uma armadilha. Eles desviaram a atenção de todos para longe daqui. Nós caímos.
O desespero me tomou por dentro e eu não consegui esconde-lo. O rosto que a pouco estava corado, agora estava agoniado como antes.
- O que foi? – ela quase gritou.
Eu não respondi. Peguei no bolso meu celular, e disquei rapidamente o numero de Sam. Logo no primeiro toque ele atendeu.
- O que aconteceu? – era claro o tom de preocupação em sua voz.
- Era uma armadilha Sam. Eles estão aqui. Eu estou sozinho. A Anne... – eu não consegui mais falar. Os olhos dela se arregalaram e o pavor a tomou.
- NÃO! Leve ela para cima, distraia ele o máximo que puder Matt. Não deixe que ele a pegue. – Sam falava rápido demais, e eu estava tonto com tudo que estava acontecendo.
- Sim. – foi a única coisa que consegui dizer, antes de Sam desligar.
Cada parte de meu corpo e de minha alma haviam entrado em choque. Não pelo fato de ter que lutar por ela, eu lutaria até o fim para protegê-la, mas eu sabia que não era forte o bastante, eles eram muitos e já haviam cercado a casa. A possibilidade de ela escapar era mínima.
- Matt – o som de sua voz, falando meu nome, me trouxe de volta.
- Eu preciso te esconder. Anne, preciso que você me prometa uma coisa.
- Sim. – seus olhos cheios de lagrimas.
- Nunca, nunca esqueça de mim. Por favor. – eu tentei sorrir, mas a tentativa foi em vão.
- Nunca. – sua voz estava sufocada.
Eu sabia que poderia ser a minha ultima chance de fazer isso. Então eu puxei seu rosto para perto do meu. Sentindo seu cheiro quente. Meus lábios encostaram nos seus. Ela puxou meu corpo para mais perto do seu. Eu queria que o relógio parasse naquele momento. Eu o esperei por tanto tempo, desde a primeira vez que a vi. Mas infelizmente os ponteiros continuavam a girar e eu tinha que salva-la. Eu fiz um esforço enorme, mas consegui nos separar.
- Eu vou te deixar lá em cima, no ultimo andar. Tente não fazer barulho nenhum, por favor. – eu afaguei seu rosto, enxugando as lagrimas.
- Eu quero ficar com você. – ela tentou suplicar. Eu queria dizer o mesmo, mas aquilo provavelmente só iria piorar a situação.
- Tome. – disse tirando minha blusa. – Coloque. Vai disfarçar o seu cheiro.
Ela hesitou parecendo querer dizer algo, mas colocou a camisa. Eu peguei sua mão e a puxei subindo as escadas. Ela parecia mole, mas conseguiu me acompanhar.
Um barulho vindo do corredor, me fez parar no meio das escadas. No mesmo instante o cheiro, mais forte chocou-se contra mim. Eles estavam lá em cima. Então não havia chances. Os dois estavam destinados a morrer. Só de pensar em Anne morta. Estremeci.
- Eles estão lá em cima não é? – então ela já sabia que o fim estava próximo. Eu a abracei de uma forma protetora.
Eles apareceram, cinco deles só no topo da escada. Como sempre, usando aquela manta preta tampando boa parte de seu rosto. Mas eles não estavam olhando para nós, o olhar deles eram para a porta de entrada. O que se tornou claro no instante que ela foi arremessada para o meio da sala. Eu abracei-a mais forte, tentando tampar o máximo de sua visão.
- A que doce. – era ele. A voz era inconfundível. O tom sarcástico me dava arrepios.
Nem um segundo se passou e ele já estava em nossa frente com pelo menos 10 homens em suas costas.
Por favor, meu Deus. Eu nunca fui bom nesse lance de reza, mas se funcionasse. Eu só queria ela a salvo. Eu não me importaria de morrer se fosse por Ela. Eu podia ouvir seus gemidos abafados.
- Me entregue ela. – ela tremeu ao ouvir aquela voz.
- Nunca. – eu cuspi as palavras. Com um movimento rápido, a passei para minhas costas, me posicionando para o ataque.
Um rosnado saiu de minha garganta antes de atacar. Eu criei um espaço para não machucá-la, mas ao mesmo tempo, não deixando que ninguém chegasse perto. Meu primeiro ataque foi certeiro, meus dentes afiados fizeram a maior parte do trabalho. Arrancar a cabeça é a única forma de matar qualquer um de nós. Eu voltei a minha posição inicial antes mesmo do sangue começar a sair. Quantos eu conseguiria matar? O suficiente para ela fugir? E ela me assistindo matar, o que ela pensaria de mim? Eu não queria que a ultima imagem que ela tivesse na cabeça, era de um monstro assassino.
Eu estava me preparando para o próximo ataque quando uma dor forte me tomou. Era como se eu estivesse sendo eletrocutado. Meu corpo não parecia responder ao meu comando. Em uma fração de segundos ela já estava nos braços dele.
- NÃO! SOLTA ELA. – eu quase não conseguia falar. Eu me contorcia de um lado para o outro, tentando me livrar da dor. Minha mente estava ficando desfocada cada vez mais. E então eu apaguei.
- SOLTA ELE. NÃO. – a voz de Anne parecia ecoar no meio da escuridão. Eles haviam me matado? Uma dor diferente daquela que a pouco me tomou e eu voltei a realidade.
Eu não estava mais dentro de casa. Eu podia sentir o cheiro da grama e o vento tocando meu rosto. Meus olhos estavam pesados e aos poucos consegui abri-los.
O lugar estava pouco iluminado, somente a luz que vinha da grande casa e a lua serviam ajudavam. Mas para nós isso não impedia muita coisa. A nossa visão era tão boa a noite, como de dia.
Ele estava segurando Anne. A minha Anne. Ela estava com o rosto em desespero, molhado de tanto chorar. Eu já estava levantando para correr até ela, quando alguém me segurou pelos braços. Eram dois daqueles malditos. Covardia. Eu tentei dizer a ela que tudo estava bem, mas eu não conseguia nem afirmar isso para mim mesmo. O nó em minha garganta parecia crescer cada vez mais.
- SOLTA ELA AGORA. – o grito veio acompanhado de vários rosnados saindo da floresta. Pela primeira vez, senti alivio ao ouvir aquela voz.
- Oh que gracioso. Uma reunião de família. – ele chegou Anne mais para perto. E eu pude ver o objeto afiado que estava em uma de suas mãos.
- Ele está com um punhal Sam. – antes que eu pudesse terminar de gritar, eu senti uma forte dor no estomago. Alguém havia me dado um soco.
- LARGA ELE! – a voz chorosa de Anne cortou novamente a noite.
- Ele é seu namoradinho Anne? – a voz odiosa novamente com um tom sarcástico. – Larga ele, vocês dois. Voltem para cá.
No mesmo instante eu senti meu corpo sendo solto. Sam e os outros se aproximaram de mim e do outro lado, vários homens encapuzados foram para trás de Augustus.
- Depois, vocês dizem que eu não gosto dos meus sobrinhos. Viu? Fiz o que você pediu, Pequena Anne. – eu sabia o quanto essas duas palavras afetavam ela. Eu me coloquei de pé, me preparando para arrancar a cabeça dele quando Pablo colocou as mãos no meu ombro.
- Calma. Espere Sam sinalizar. Ele tem um ponto a nosso favor, ele ta medindo os passos dele. – ele falou tão baixo que provavelmente só eu ali havia ouvido.
Eu tentei me acalmar e andei para o lado de Sam. Ele assentiu com a cabeça, sabendo que eu era um dos mais rápidos ali. Eu seria útil para um ataque rápido.
- Agora que a minha platéia está formada. Vamos as apresentações. – ele puxou o punhal para que todos nós víssemos.
Com um movimento rápido, ele puxou a cabeça de Anne para trás, deixando seu pescoço a mostra. Eu fiz menção de andar. Não tinha mais tempo, ele ia matá-la ali naquele instante. Mas Sam balançou a cabeça. E ele parecia certo no que estava fazendo. Eu fui contra os meus instintos e confiei nele.
Foi o tempo de eu piscar meus olhos. Ele passou a lamina afiada pelo pescoço de Anne. Mas eu sabia que o corte não havia sido profundo. A linha escarlate começava a aparecer quando Anne gritava.
- NÃO. PARA. – a cada timbre que sua voz atingia, meu corpo se tornava mais rígido. Sam queria que eu ficasse ali, parado vendo ele torturá-la?
- Não conseguem sentir a diferença? Vamos lá. Sintam o cheiro. – a voz odiosa dele agora tomando um tom presunçoso.
Foi automático. Eu aspirei o ar, esperando sentir a tal diferença que ele falava. E ela estava ali. O sangue de Anne, não tinha cheiro humano. Como? Eu olhei para Sam, esperando que fosse impressão minha, mas não. O rosto chocado dele deixou bem claro que não havia sido só eu que reparei a diferença.
A risada de Augustus ecoou.
- Não é divino? Podem me parabenizar pela minha criação.
- Mas ela é humana. – a voz de Sam não passou de um sussurro.
- É aí que você se engana Sam. Ela é meio humana. Vocês são tão patéticos que se deixam julgar por um coração batendo. É claro, o cheiro que antes vocês não perceberam é algo que nem mesmo eu sei explicar.
Meio humana? Eu não conseguia digerir essas palavras. Aos poucos ele foi largando-a. Eu pude ver que seu rosto estava assustado, seus olhos diziam tudo. Ela estava apavorada. Meio humana. Eu não sabia que isso era possível. Ela caiu no chão. E ele passou a mão em sua cabeça como se ela fosse seu bichinho de estimação. Um rosnado baixo saiu por entre meus dentes trincados.
- Vocês devem estar se perguntando, até que ponto ela é humana, e até que ponto ela é semelhante a nós. Deixe-me mostrar. – ele pegou o punhal ainda sujo de sangue dela, e passou por seus punhos. A linha escarlate mais uma vez se formando. Ele estendeu o braço para perto dela. E eu pude ver em seus olhos do que ele estava falando. Ela parecia estar com sede. Rapidamente, ela encostou a boca no punho dele, lambendo o sangue.
Eu não acreditava que estava vendo aquilo.
- Agora, que vocês sabem de tudo. É a hora que eu vou embora. Espero que tenham gostado de minha criação. – ele trazia orgulho em sua voz.
Aquilo foi o ponto final para Sam. Ele acenou com a cabeça para que atacássemos. Juntos fomos em direção a Augustus. O movimento durou frações de segundos. Mas ele já havia dado um jeito de agarrá-la novamente. Eu freei a menos de um metro dos dois e Sam ao meu lado fez o mesmo. O rosto de Anne ainda estava sujo de sangue. As lagrimas tornaram a escorrer.
- Mais um passo e eu mato ela. – ele ameaçou.
- Você não vai matá-la. Eu sei disso. – Sam parecia convicto no que dizia.
Eu não esperava esse movimento da parte dele, mas antes que eu pudesse respirar, ele já estava ao lado deles. O covarde havia corrido e largado Anne nos braços de Sam.
- Cuide dela. – Sam empurrou Anne para os meus braços e correu para o meio da batalha que se formava atrás de nós.
Parecia um sonho tê-la mais uma vez em meus braços. Eu limpei as lagrimas de seu rosto, e o pouco de sangue que ainda restava. Nada daquilo me importava, ela estava ali. Viva. Mas eu precisava tirá-la daquele lugar. Eu a peguei no colo e corri para a floresta.
Eu corri o mais rápido que pude. A floresta passando como um borrão do meu lado. Eu podia ver os animais noturnos assustados com a minha presença. Eu só conseguia pensar em um lugar para levá-la.
Eu não precisei usar as escadas para subir dessa vez. Eu estava seguindo meus instintos então subir pelo tronco era mais natural. Eu a deitei no sofá e liguei procurei a lamparina que eu havia deixado na casa da arvore há pouco tempo. Após acendê-la , fui para o seu lado. Ela olhava para o lado de fora ainda chorando. Eu tentei abraçá-la, mas ela me afastou. Me fazendo pensar que eu havia assustado.
- Não é sua culpa. – disse ela entre os soluços. – Eu sou um monstro. Você viu o que eu fiz.
Ela não era um monstro. Não mesmo, eu era o monstro. Ela só tinha algo diferente, mas ainda sim, era humana.
- Você não é um monstro, minha Anne. Não se culpe. – eu afaguei seu rosto. Ela se virou com o rosto desesperado.
- Eu tive desejo por aquele sangue. E eu... Eu... Gostei. – sua voz agora se tornara um sussurro.
- Você não é um monstro. – repeti.
- Jura que você não vai ter medo de mim? – ela me abraçou com força e eu retribui o abraço, aquele momento parecia tão impossível há poucos minutos.
- Nunca.
- A propósito, eu te devo uma resposta. Eu. Te. Amo. – ela disse cada palavra pausadamente. Algo dentro de mim se iluminou e eu não pude deixar de sorrir.

7 comentários:

  1. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah *----*
    juro, to tendo um ataque aqui. AMEI!
    OMG, existe vampiros mais perfeitos do que o Matt? Sam? *----------------------*
    Parabens Ana!

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  2. "Meio hipócrita esse apelidinho, já que aqui ninguém se alimentava só de alface e rúcula."
    UHDAOSIUDHAOID, elri mtmtmt
    CAAARA, :O, mto mto mto liindo *-*
    Matt me protege tmb -mimimimi

    beijos :*

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  3. gostei do ponto de vista dele! *----*
    Parabéns Ana! (:

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  4. criação? oO O que aquele maluco fez com ela? O.O
    Beijooo

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  5. Enfim, criação??
    Então ela não é irmã do Sam?? Gostei tanto dos dois.
    Louca para o próximo capítulo!
    =D

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  6. aaaaaaaaaaaaaaah! AMEI sua historia é linda, linda, linda *--------*
    ual, amei, parabéns, vc escreve super bem :)
    anciosa pelo proximo cap..

    beijos :*

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