domingo, 9 de agosto de 2009

Capitulo Dezessete - Tatuagem

Pesadelo. Era tudo que esperava que tivesse acontecido. Só um pesadelo idiota. Mas ao contrario do que eu queria a noite passada, havia sido real. Cada instante daquela terrível noite estava gravado em minha mente como uma tatuagem. O desespero, o medo, o desejo. Esse último era o que mais me atormentava. Eu havia tido desejo por sangue. Não era algo que eu podia explicar, ia bem além do que eu conhecia. O sangue havia cantado para mim. Ok parece estranho, mas é a verdade. Era como se eu estivesse faminta há dias e aquele fosse um delicioso prato, ou se eu estivesse no meio do deserto e aquilo fosse uma lata de coca.
Meio humana, meio vampira. Eu vi o desespero nos olhos de Sam, quando aquele maldito contou sobre o que ele havia feito. Mas como? Como eu poderia ser meia vampira? Até noite passada, eu não havia manifestado nada em ser meia vampira. Argh. Eu era a aberração, no meio das aberrações.
Eu estava perdida em meus pensamentos quando ouvi um breve sussurro. Eu não conseguia identificar quem dissera, muito menos o que dissera. Mas procurando responder minhas perguntas, abri meus olhos. Demorei alguns segundos para me acostumar com a claridade ofuscante do Sol. Aos poucos uma silueta foi se tornando mais nítida.
Era Ele. O protagonista da única lembrança colorida da noite passada. Ele havia me beijado. O mero vislumbre da cena fazia meus lábios formigarem. Se não fosse pela sua respiração lenta, quase imperceptível, poderia jurar que ele era uma daquelas esculturas gregas antigas que eu via nos meus livros de historia. O contraste perfeito que vinha e sua pele branca e seus cabelos negros era o que mais se sobressaía. Não conseguia encontrar um erro se quer nele. Eu podia ficar ali, por horas, possivelmente dias, admirando seu rosto, mas eu sabia que teria que enfrentar as conseqüências da noite de ontem. E sabia que elas não seriam fáceis.
Fiz um enorme esforço para me levantar. Meu corpo parecia ter sido enxertado com chumbo, e minhas pernas não pareciam agüentar o peso, nem realizar o esforço necessário para me mover. Mas eu só precisava andar alguns passos para chegar ao seu lado. Tentei fazer o mínimo de barulho ao me sentar, em vão claro.
A paisagem não mudara, mesmo que para mim, desde a última vez que eu havia estado aqui, parecia ter se passado anos. As flores amarelas, que ele me mostrara, estavam mais amarelas do que da ultima vez, e seu cheiro, doce e agradável, presente no ar. Não sei quanto tempo se passou, mas o silencio que se sucedia, era extremamente irritante. Desde essa mudança repentina de vida, o silêncio, que antigamente era meu melhor amigo e aliado, havia se tornado algo insuportável. Isso me fez pensar se não seria uma prova, de que mais coisas mudaram em mim.
Eu o olhava, na esperança que ele falasse algo. Sua testa agora enrugada, demonstrando preocupação. Eu não precisava dos dons de Sam para saber o que ele estava pensando.
- Eu sei, é terrivelmente estranho. – disse por fim.
Finalmente ele olhou em meus olhos. Fiquei perdida na imensidão verde de seu olhar. Eu pude ver o quanto ele estava preocupado.
- O que mais nos atormenta, é não termos percebido a diferença antes. – sua voz antes aveludada, estava rouca e sem vida. Eu entendi o plural da frase como ele e Sam.
- Não é tão ruim. Não é? – minha voz agora era um sussurro.
- Eu queria te dizer que sim. Queria te dizer que tudo vai ficar bem, que isso não é algo para se preocupar. Mas não tenho como te falar nada Anne. Nunca vimos algo igual. Não temos como tomar nada como padrão. – cada vez mais percebia o quanto ele estava desesperado. Ele desviou o olhar do meu.
- Quem estava aqui? – tentei mudar de assunto, antes que o nó em minha garganta torna-se a crescer e as lagrimas retornassem.
- Sam. Ele vem toda hora aqui, pra ver como você está.
- Ah! E ele não me levou para longe de você? – forcei um sorriso, mas pelo visto não me sai tão bem.
- A casa grande está maior bagunça. As perdas foram grandes. – ele pareceu se arrepender do que disse, no instante em que falou. Seus olhos encontraram mais uma vez os meus, e eu tentei me prender neles na esperança de não desabar em lagrimas novamente.
Eu sabia que as perdas que ele falara, não eram materiais. Mais gente havia morrido por causa de mim. Eu arfei procurando lembrar como se respirava. Ele segurou minha mão, tentando me acalmar. Aos poucos minha mente foi clareando.
- Desculpe. – ele segurou meu queixo de modo que ficássemos olho a olho.
- Desculpe você de que? Eu que tenho que pedir desculpas. Você não vê? Por onde eu passo eu levo tragédia. Meus pais, minha avó, agora mais gente. Eu sou uma maquina de trazer mortes. – minha voz agora se tornando histérica.
- Você sabe que isso não é verdade.
- Sem hipocrisia Matt. – mesmo sem querer acabei sendo rude com ele.
Levantei-me rapidamente e me apoiei na grade de madeira velha que cercava a pequena varanda. Respirei fundo, sentindo o aroma das flores, tentando me acalmar. Ele se levantou, e me abraçou pelas costas. Suas mãos em minha cintura, mesmo com o casaco podia sentir sua mão gélida como sempre. Eu apoiei minhas mãos em cima das dele, me acostumando com a temperatura.
- Fique calma. – ele sussurrou em meu ouvido. Eu tremi, e ele riu, mas eu sabia que por dentro ele ainda estava mal.
Eu estava olhando em direção da casa, quando vi um vulto vindo em nossa direção.
- O que? – minha voz estava falhando novamente, o desespero mais uma vez subindo.
- Ei, fica calma. É Sam. – ele disse nos meus ouvidos novamente e começou a se afastar de mim.
Forcei um beicinho, e ele sorriu maliciosamente para mim. Não pude deixar de rir, o que me fez sentir mais leve.
- Você acordou. – num piscar de olhos ele estava ali, seu rosto como o de Matt quando eu acordei.
- Quantos? – mesmo sabendo que a resposta iria me fazer mal, ultimamente eu entrei numa de ‘ Verdade mesmo que ela doa ‘. Ele olhou para Matt e revirou os olhos.
- Três.
Eu sabia que não conseguiria mais ficar em pé, então me adiantei até o sofá. O rosto de Matt voltando como estava minutos atrás. Os dois se entreolharam por um bom tempo. Eu empurrava cada vez mais o nó em minha garganta e fazia um esforço enorme para não deixar as lagrimas rolarem. Três. Eu causara mais três mortes. Um arrepio passou pela minha espinha.
- Temos que conversar algumas coisas Anne. Preciso de sua opinião. – o tom de voz de Sam, fez com que eu ficasse apavorada.
- Tudo bem. – tentei sem sucesso, passar confiança pela minha voz, mas ela mais uma vez, não passou de um sussurro.
Caminhamos nós três, juntos, lentamente pela trilha. Sam evitava olhar para mim. Não conseguia entender o por que. Será que ele estava com medo do que eu era? Arfei, tentando empurrar mais fundo o nó em minha garganta. Eu sabia que estávamos perto da grande casa, por que conseguia ver uma pequena movimentação, foi quando Sam parou. Ele e Matt se entreolharam mais uma vez.
- Eu preferiria que você não visse algumas coisas Anne. – disse Sam, mais uma vez evitando me olhar.
Eu não sabia muito que fazer. Então levei minhas mãos para o meu rosto de um modo infantil. Aconteceu tão rápido que eu não tive tempo de pensar direito. Eu mal havia fechado os olhos, quando senti o aperto em minha cintura e o vento forte chicotear meu rosto. Que só parou com o ‘click’ de uma porta se fechando. O cheiro irritante de álcool, me fez abrir os olhos. Se eu não soubesse que Sam estava me levando para a casa, eu poderia jurar que estava em um hospital, ou em um laboratório. Nós estávamos em uma pequena sala, toda branca e iluminada, cheia de equipamentos que eu não tinha a mínima noção para que servia. Matt não estava na pequena sala, mas nós não estávamos sozinhos. O mesmo medico que havia me examinado anteontem, estava no canto da sala, em uma escrivaninha fazendo algumas anotações. A ausência de Matt, fez com que o nó se tornasse ainda maior.
- Ele só foi resolver algo para mim. Já estará de volta. – eu sabia que ele estava falando comigo, mas ainda evitava olhar para mim.
Ele ficou um tempo ali, remexendo em uns papeis fingindo ter interesse, mas eu sabia que ele estava fazendo isso, pra evitar olhar para mim.
- Bem, precisamos conversar. – Sam começou.
- Você já disse isso.
- Então, nós precisamos fazer alguns exames, pra saber sobre... – sua voz falhou e finalmente ele olhou para mim. Naquele instante, eu sabia que não era o medo que o fazia evitar me olhar. Ele estava apavorado, talvez mais do que eu. Eu pude ver o misto de preocupação e pavor tão claramente pelo seu olhar, que me fez pensar como ele estaria por dentro.
Eu tentei pensar em coisas otimistas, na esperança de que ele estivesse me ‘ouvindo’. Mas seu olhar ainda preso no meu, não mudara. O medico se levantou e andou em minha direção. Sam olhou para ele, e acenou para que eu sentasse numa cadeira, perto da escrivaninha onde o medico estava. Estava me sentando quando reparei o que estava na mão do medico. Era uma daquelas seringas, que se usa para exames de sangue. Não pude deixar de soltar um gemido. Nunca me dei bem com agulhas.
- Não dói, é como se fosse... – o mesmo discurso bobo de todo medico, que eu já sabia de cor.
- Uma picadinha de mosquito. – tentei sorrir me mostrando confiante, mas parecia que meus músculos faciais estavam congelados.
Sendo sincera, realmente não dói. Meu desespero é algo mais psicológico. Nem Freud explicaria. Mal havia sentido a dor da picada, e ele já estava retirando a agulha e indo a direção a uma maquina branca. Sam sentou numa cadeira ao lado da minha. Eu encostei minha cabeça em seu ombro, tentando relaxar e pensar novamente em coisas otimistas.
- O corte no seu pescoço está doendo? – Sam perguntou.
Eu levei minha mão automaticamente até meu pescoço, onde ontem a noite, aquele maldito havia me cortado com aquele punhal. O corte não doía exatamente, mas ardia um pouco se fosse tocado.
- Só arde um pouco. Na verdade, eu nem lembraria dele, se você não tivesse me lembrado. – fui sincera.
Foi tão rápido que eu só pude ver um borrão. A imagem ficou mais nítida quando Sam parou na minha frente segurando algo branco e úmido em sua mão. Assim que eu respirei, pude saber que se tratava de algodão com álcool. Ele levantou meu queixo delicadamente e passou o algodão de leve. Eu choraminguei e automaticamente Sam parou de limpar o corte. Ele mal acabara de fazer o movimento, quando o medico levantou e andou em nossa direção com uma cara de ‘ não trago notícias boas ‘. Um arrepio passou pela minha espinha e Sam reparou. Ele se sentou novamente e entrelaçou os dedos deles com os meus.
- Eu realmente não sei o que dizer. – começou o medico – Isso é algo que eu nunca vi nesses meus 200 anos de vida. As células dela são divididas igualmente para cada espécie. É algo perturbadoramente fantástico.
- Eu não entendo como não vimos essa diferença antes. Leonard você tem alguma teoria de como isso pode acontecer? Como aquele cara conseguiu fazer isso com ela? – ele apertou de leve a minha mão. Eu olhava do medico para ele, e de ele para o medico, esperando talvez uma resposta que me tranqüilizasse.
- Foi o que te disse mais cedo Sam. Muitas coisas não terão respostas, não temos algo em que se basear. – ele olhou para mim, com aquele olhar de quem se pede desculpas.
- Teorias? – estimulou Sam.
- Talvez. Uma enorme transfusão de sangue seria a mais provável, mas mesmo assim, a teoria tem vários erros. Eu te disse Sam, não tenho muitas respostas.
- Transfusão de sangue? Como? Ele simplesmente trocou o sangue dela pelo o deles? – eu pude notar o ódio em sua voz.
- Teorias Sam, teorias. Caso essa esteja correta, essa transfusão ocorreu há muito tempo atrás, coisa de década. Isso explicaria o porque do cheiro do sangue estar tão camuflado.
- Talvez na época que ela ficou desaparecida. – ele olhou para mim. – A falha de dois anos entre a data que ela foi levada e o registro do orfanato.
Meus olhos se estreitaram e eu olhei para ele. Eu não sabia disso. Mas percebi que talvez houvesse muitas outras coisas que eu também não sabia.
- Pode ser. Me dê dois dias Sam. E eu posse te dar mais respostas. Nesse momento foi me dedicar a encontrar as características de cada espécie nela. – eu não gostava na palavra espécie, me deixava ainda mais apavorada.
- Como assim? – me intrometi pela primeira vez na conversa dos dois, provocando olhares de todas as partes.
- Bem. Como eu disse para o seu irmão Anne, eu não tenho muito que fazer. Mas acredito que essas células contribuam para a sua genética. Assim como você tem características humanas, provavelmente há algumas vampiras. Ontem à noite você demonstrou uma delas. – ele me olhou um pouco constrangido. Eu arfei com a lembrança. O desejo pelo sangue. – Eu posso voltar a te chamar, mas por hora é isso. – ele sorriu timidamente e voltou para a máquina.
Eu sentia o nó aumentar a cada instante. Olhei para Sam na esperança de que ele falasse algo que viesse a me acalmar. Mas o silencio se arrastou por longos minutos. Sam ficava ali, olhando para minha mão com uma curiosidade forçada.
- Vamos. – Sam disse finalmente. Não durou uma fração de segundo o alivio que passou pelo meu corpo quando ele se levantou e apontou com a cabeça para a porta, a expressão que tomou seu rosto me fez tremer.

O quarto de Sam mudara bastante desde a última vez que estive nele. Mudara pelo fato de agora estar tomado de malas e varias caixas de papelão.
- Pra onde você vai? – minha voz saiu mais histérica do que eu esperava.
- Pra onde nós vamos é a pergunta correta. Era isso que eu queria conversar com você. – ele apontou para a cama, ou melhor, pro pequeno espaço vazio que restava. Eu esperei que ele continuasse.
- Não podemos continuar aqui. – sua voz subiu alguns tons. – Não é mais seguro. Além de que, estamos muito perto da cidade, e a policia já chegou muito perto daqui nas ultimas horas. Em cada canto da cidade há um cartaz com sua foto Anne, e Matt e eu, estamos na lista dos principais suspeitos. – eu ouvi cada palavra tentando entendê-las.
Então meus pais não haviam desistido de mim. De alguma forma eu já sabia disso. Eles me amavam muito. Mesmo depois de tudo o que aconteceu e de tudo o que eu descobri, eu sabia que também os amava demais. Eu tentei, sem sucesso, esconder a dor que me tomou. Eu abracei meus joelhos procurando um abrigo. Só não entendia o porque de Sam e Matt, serem suspeitos de meu seqüestro, ou desaparecimento como eu preferia chamar.
- A sua ligação para Matt. – começou Sam, provavelmente tendo lido minha pergunta. – Seu celular caiu no quarto lembra? Eles conseguiram rastrear sua ligação e deu no celular de Matt. Eles logo desconfiaram que ele podia estar ligado a tudo.
Eu tentava me lembrar de como respirar. Ainda não entendia onde Sam de encaixava na historia.
- Eles ligaram as coisas Anne. – disse Sam, respondendo a minha pergunta mental – Primeiro, eu e Matt, nos matriculamos na escola, como se fossemos irmãos. Pense, primeiro o seu desaparecimento e sua ligação para Matt, que para todos os efeitos era meu irmão. E logo depois, eu e Matt desaparecemos da escola e de nossa casa na costa.
Não demorou muito tempo para que o sentimento de culpa voltar a tona, agora por minha causa, Sam e Matt eram foragidos. O nó parecia aumentar cada vez mais, e eu fazia um grande esforço para respirar. Sam me olhava de uma forma estranha, algo que eu não podia entender. Eu tentava ao máximo esconder meu sofrimento, mas cada vez parecia menos possível.
- Vamos partir amanha cedo Anne, se você estiver de acordo. – ele veio andando em minha direção.
- Claro. – minha voz não passou de um breve sussurro. Tentei não pensar muito antes de responder. – Mas vamos para onde?
- Saint-Mandé, França. – ele estava a um passo de mim.
Demorei um tempo pra digerir as palavras. França. Era tão longe daqui. Mesmo sabendo, que alguma hora teria que me desligar do meu passado, permanecer em Foester me deixava mais em casa. Havia sido aqui que eu cresci. Mas eu precisava esquecer. Tinha que me adaptar as novas regras. Com um surto de otimismo respirei fundo.
- Tudo bem, amanha partiremos. – tentei passar confiança em minha voz.
Ele se ajoelhou, ficando olho a olho comigo. Eu podia ver que ele estava sofrendo, e isso me fazia sentir um lixo. Eu criara em pouco tempo um laço fraternal imenso com Sam. Ver ele sofrer, me fazia sofrer.
- Eu te prometo Anne, que eu vou conseguir resolver esse problema. Eu vou fazer de tudo, nem que eu tenha que morrer por isso. – eu podia sentir a lealdade em sua voz. Eu senti a dor passar pelo meu corpo, quando ele disse as ultimas palavras. Ele era a minha família, eu só tinha a ele. Eu pude sentir as primeiras lágrimas escorrerem pelo meu rosto. O nó estava me sufocando e a sensação de um vazio dentro de mim, me atingiu novamente.
Eu me joguei em seus braços procurando um abrigo. Ele me abraçou com força e pude sentir que ele também chorava.
- Por favor Sam, nunca me deixe, por favor. Você é tudo o que tenho. – consegui falar em meio aos soluços, mas minha voz não passou de um sussurro. Ele me abraçou ainda mais forte.
- Eu vou estar sempre com você, até o final. – sua voz estava rouca.
Nós ficamos ali, não sei por quanto tempo. Podia ter sido dois minutos, ou duas horas, mas de alguma forma, em meio aquilo tudo, em meio aquele pesadelo horrível, eu me senti inteira. Eu sabia que ele não me abandonaria.
Eu tinha tomado uma decisão de esquecer o meu passado. Esquecer de tudo o que pertencia a ele. Meus pais adotivos, meus amigos, tudo. Mas eu tinha a consciência de que não seria fácil essa mudança. A dor que eu sentia só de pensar em abandonar tudo era uma prova disso. Mas era necessário. Não conseguiria virar a pagina, se ainda fosse presa pela anterior. Eu precisava de Sam para conseguir passar por isso tudo.
Muitas perguntas estavam em minha mente. Por que tínhamos que ir para França? Lá havia algo maior? E escola, eu não freqüentaria mais? Minha mente vagou até Marina. Será que ela estaria bem? E minha visão da noite anterior? – um arrepio passou pelo meu corpo só de lembrar – Ela havia sido forjada pelo maldito do meu tio?
Eu precisava de respostas. Mas agora, não. Agora eu queria ficar ali, ouvindo a respiração de Sam, me sentindo completa.

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