segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Capítulo Tres - Surpreendente

- Você está bem? – disse ele com a voz mais perfeita que eu já ouvira.
- Como? – minha mente trabalhava numa velocidade estrema, não conseguia entender nada, meu coração parecia que ia pular do lugar onde estava.
- Ontem, você desmaiou, eu fiquei preocupado. – ele disse com seu sorriso aumentando e demonstrando um pouco de vergonha ao falar aquelas palavras.
- A sim, o desmaio de ontem. Foi por falta de alimento, eu fiquei tonta e desmaiei. – eu disse com a respiração mais ofegante o possível. Minhas mãos estavam tremendo, e eu não tinha controle sobre elas.
- Então, tente se cuidar melhor Anne. – e ele saiu andando, e só parou pra dar uma olhadinha para trás, e saiu rindo.
Eu fiquei estática no meio do corredor, não sei se foi o fato bem estranho de ele se importar comigo, ou o fato de ter ouvido meu nome sendo pronunciado por aquela voz divina. Eu tinha perdido meus sentidos, esqueci de como andar, como fazer meu coração voltar à velocidade de batimento normal. Eu estava em estado de choque, com todas as letras.
O sinal tocou e o inspetor começou a expulsar os alunos que relutavam a ficar no corredor na expectativa de conseguir escapar das aulas. Eu me desliguei do transe em que eu estava, consegui de alguma forma lembrar como andar. Fui caminhando lentamente até a sala de aula, se eu visse de novo o rosto dele, era capaz de entrar em choque novamente.
Entrei na sala evitando olhar para frente, fixei meus olhos nos meus pés.
- Anne. – disse uma voz calorosa, reconheci como a da minha recente amiga Marina.
- Oi Marina. – disse forçando um sorriso.
Não consegui evitar olhar pra o lugar onde ontem o anjo se sentara, estava vazio. Fiquei meio surpresa e tentei procurar onde ele estava sentado, contrariando a mim mesma, não queria entrar em choque novamente. Mas não consegui me conter, o procurei. Ele estava sentado junto ao grupo de meninos que estavam falando de esportes ontem. Era claro que nenhum dos meninos sentados a sua volta, estavam à altura de sua beleza, era como água e vinho. Seu rosto tinha feições perfeitas, o cabelo mesmo bagunçado, ficava perfeito no seu rosto.
- Bom dia. – a professora entrara na sala roubando a minha atenção.
Foram poucos os alunos que retribuíram o Bom dia, Marina sorridente foi um deles.
A aula foi monótona, como toda aula de matemática sempre fora. Cálculos, e mais cálculos. Minha atenção não estava voltada para a professora que insistia em fazer todos da turma entender o porquê ela chegara num resultado tão absurdo, de uma conta completamente complicada. Minha atenção estava completamente voltada para o ser perfeito que se localizava a poucos metros de mim. Nossos olhares não se desligavam, pareciam estar ligados a uma linha invisível.
O sinal bateu e agora era tempo livre, eu estava pensando em utilizá-lo para pegar a matéria de biologia que eu perdi ontem por conta do desmaio. Marina já estava na porta da sala me apressando para sair.
- Anne. – ouvi meu nome pronunciado pela voz perfeita novamente.
No instante em que ouvi, jurava que era eco de minha lembrança recente, achei que minha cabeça estava ligando um replay involuntário. Reuni forças pra me virar, e mais uma vez ele estava tão perto de mim, tão perto que eu conseguia sentir seu cheiro. Respirei fundo para tentar registrar a fragrância em minha mente.
- O que foi? – soou meio estúpido, mas naquele momento, a única parte de mim que eu sentia funcionando, era meu coração que insistia em querer sair de meu peito.
- Hm, podemos passar o tempo livre juntos? – ele disse com um jeito tímido, com um sorriso perfeito aparecendo em seu rosto.
- Como? – agora eu tinha entrado em choque de vez, deveria estar ouvindo coisas.
- Se você não quiser, eu vou entender. – disse ele com um ar decepcionado.
- Não, eu... Bem, passo o tempo com você. – disse tentando fazer minha mente entender o que parecia impossível.
O sorriso dele transpassou toda a sua satisfação. Marina na porta estava de boca aberta, logo entendeu que eu não passaria o tempo com ela. Com um sorriso meio surpreso no rosto, Marina fez um sinal de aprovação bem discreto pelo canto e saiu rindo bem alto. Não tive como não rir, e pelo visto não fora só eu que notei o gesto, ele estava rindo musicalmente. Ele fez um gesto com a cabeça para que eu o acompanha-se.
Continuamos andando no mesmo ritmo até chegarmos à porta do refeitório do segundo andar, estava vazio a não ser por duas meninas lá na sala, lendo um livro no canto norte, sentamos em um canto mais reservado do salão, meu coração nesse momento, tinha assumido como se fosse normal um ritmo frenético.
- Tente se acalmar, não mordo não. – ele riu sem muito humor, como se houvesse alguma coisa que eu tivera perdido na frase, uma piada interna talvez.
Eu me senti arrepiar e me encolhi automaticamente. Ele pareceu notar o pequeno gesto, e olhou com uma expressão indecifrável.
- Desculpe, deve ser estranho, eu... Eu prometo que vai ser a ultima vez que eu te perturbo, na verdade se quiser ir embora, eu juro que vou...
- Não, não. Eu estou bem, só estou um pouco... Surpresa. – disse o interrompendo.
- Eu realmente te entendo Anne. Não quero você assustada.
- Não estou assustada, repito que estou surpresa.
Ele sorriu, ficamos um tempo em silencio, olhando um nos olhos do outro. Eu me perdi dentro do seu olhar, era enigmático, me fascinava. Ao mesmo tempo queria entender o que estava fazendo ali, eu tão sem graça e ele tão perfeito. Únicas semelhanças que nos unia eram a palidez e as olheiras, mas mesmo assim, ele conseguia me superar, a pele dele parecia ter sido feita do mais fino veludo, não consegui ver nenhuma imperfeição em seu rosto angelical.
- E então, por que estamos aqui? – tomei coragem para falar.
- Paciência é uma virtude sabia? – disse ele com seu sorriso perfeito.
- Uma virtude que infelizmente eu não possuo. – disse abaixando a cabeça, não era de o meu feitio agir dessa forma, grosseiramente, mas queria entender o motivo de estar ali.
- Tenha calma pequena Anne. – foi como escapasse por sua boca dele, como se fosse normal me chamar assim. Pequena Anne soou tão intimo. Meu coração que começara a se acalmar começou com seu ritmo intenso novamente, Pequena Anne. Alguém me chamara assim uma vez, eu tinha certeza. Lembrei-me claramente, não tinha como eu me esquecer desse dia, a lembrança me fez tremer, abracei meus joelhos para me sentir mais segura. E o anjo sentado em minha frente, me olhava angustiado.

8 comentários:

  1. Que anjo perfeeeeito *-*
    hohoho
    qual o nome dele ?

    que lembrança que lembrança ?
    sim eu sou curiosa
    rs
    beeeijo ;*

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  2. ana você está me deixando louca que lenbrança é essa ??


    by: Kaah AlmeiDdah

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  3. aaaaaaaaaah

    eu qro ler o capitilo 4
    *_*

    by: Lari Varella

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  4. ótimo

    comecei a ler hoje e já está ótimo, to supercuriosa pra ler o cap 4

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  5. cap 4 plixxx!
    eu sei que esse comentário pode não ser bem aceito, mas ela abraça os joelhos pra se manter segura que nem a Bella, e esse é um costume que eu tbm tenho! *---*
    sério, to muito curiosa! ;)

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  6. aaaa eu to adorando e *-*
    qnd vai postar de novo? '-'

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  7. estou adorando sua história,agora da licença q eu vou ler o cap. quatro!!ausahshus
    Bjos

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  8. esse anjo esta cada vez mais perfeito...rsrs

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