sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Capitulo Sete - Nada Esperado

- O que ouve Matt? Por que você ficou daquele jeito? – consegui falar, depois de muitas tentativas. Eu estava com um nó na garganta, a cada segundo que se passava eu ficava mais confusa, e tudo ficava mais estranho.
- Nada Anne, nada mesmo. Sam que é muito intrometido. – ele disse me olhando nos olhos, sua mão afagava a minha na tentativa de me acalmar.
O sinal tocou, e era hora de irmos para a sala de aula. Era somente mais um tempo de historia, e estaria livre para ir para minha casa. Era como voltar a meu habitat natural. Mais uma vez, fomos obrigados a nos apresentar. A aula passou sem novidades. Eu estava apreensiva para que a aula se encerrasse, talvez fosse por isso que via os ponteiros do relógio girar cada vez mais lentos. Matt estava sentado à carteira ao meu lado, me olhava impacientemente, e de vez em quando, seu olhar espiava o relógio.
O som ensurdecedor do sinal, desta vez foi como uma benção. Meu material já estava guardado há bastante tempo, apenas tive o trabalho de colocar a mochila nas costas.
- Quer que eu te deixe em casa? – Matt estava na minha frente antes que eu pudesse piscar os olhos.
- Se não for te incomodar. – eu me sentia mais protegida ao lado dele. Além de sempre, de alguma forma desconhecida, ele tinha o incrível poder de me deixar mais calma. Nada me desesperaria ao lado dele.
- Nunca será um incomodo Anne. – disse ele com sua voz suave que era como canção de ninar aos meus ouvidos. Um sorriso brotou no canto de sua boca. Ele estendeu seu braço como fizera mais cedo, e eu mais uma vez me agarrei a ele.
Saímos da sala de aula juntos, ainda se olhando. Os corredores estavam cheios, e um grupo de meninos se unia em volta a um mural que tinha escrito com letras amarelas bem grandes: “Teste para equipe de basquete”.
- Anne, tenho que pegar um livro no meu armário. Me espera aqui, está bem? – disse ele sorrindo.
- Tudo bem.
Seu sorriso perfeito tinha efeitos colaterais em meu batimento cardíaco. Enquanto ele ia se afastando, reparei que no outro lado do corredor, Sam me encarava fixamente. A tristeza ainda estava em seu olhar.
- Pronto. Vamos? – Matt chegara ao meu lado sem que eu tenha percebido, me fazendo desviar meu olhar de Sam.
- Vamos. – disse forçando um sorriso.
Voltei a olhar onde Sam havia parado, mas ele não estava, mas lá. Olhei em volta, vendo se podia encontrá-lo, mas nada. Lembrei então, que tinha que ir à secretaria, ver se arranjava algum telefone que pudesse me comunicar com Marina, saber se ela estava bem talvez ameniza-se a culpa que eu ainda mantinha por tê-la machucado.
- Matt, vamos dar uma passadinha na secretaria antes de ir embora? Preciso fazer umas coisas- lancei um olhar implorativo para ver se tinha o mesmo sucesso que o dele tinha comigo.
- Anne, não precisa pedir. – eu tinha certeza que se ele continuasse a sorrir perto de mim, não demoraria nada para que eu criasse um grave problema de coração.
A chuva caia sem tréguas lá fora, sorte que a secretaria era nesse prédio. Fiquei pensando em como iríamos até em casa sem ter uma hipotermia. A sala estava vazia, e na recepção a mesma senhora, que me entregara os horários e a chave do armário.
- Olá querida, o que deseja? – ela foi logo se antecipando, com um sorriso amável no rosto.
- Certo hm – eu não era muito boa com as palavras, então resolvi ser mais direta – Uma menina, colega de sala, então, ela se machucou, na verdade, acho que fui eu quem a machucou – Matt bufou ao meu lado, olhei para ele, seu olhar era desaprovador, mas continuei o meu pedido – então, eu queria saber se ela está bem, fiquei preocupada. Teria como à senhora ver se tem algum telefone que eu possa me comunicar com ela? Por favor.
- Querida, é contra as regras dar qualquer informação sobre alunos para o outro. – ao ouvir fiz logo beicinho – Mas no seu caso, vejo que você está preocupada. Assumo os riscos querida. Qual é o nome de sua amiga?
- É Marina, não sei o sobrenome.
- A ela é da sua sala? – disse a senhora amavelmente.
- Sim, quer o meu nome? Ficará mais fácil de procurar.
- Não, já achei. Marina Jensen. – ela anotou o telefone em um papel e me passou.
- Obrigada mesmo. Vou ficar mais tranqüila.
Saímos da sala ainda juntos. O corredor estava quase vazio. A chuva tinha cessado e muitos alunos pegaram a oportunidade para conseguir chegar em casa secos. Aproveitamos também e fomos caminhando rapidamente até minha casa. O silencio entre nós não era constrangedor.
As calçadas estavam molhadas e escorregadias, agarrei mais forte em Matt, com as minhas experiências era bem capaz de eu escorregar feio e me machucar. Ele percebeu o meu desequilíbrio e passou sua mão pela minha cintura. Mesmo com duas camadas de tecido, sua pele fria ainda me arrepiava. Mas eu estava segura, estava ao lado dele.
Ele me deixou na porta de minha casa, e com um beijo no rosto se despediu de mim. Seus lábios frios me deixaram arrepiada.
Mais uma vez, meus pais não se encontravam em casa quando cheguei. Preparei um almoço rápido e comi. Minha mente ecoava flashbacks de tudo que acontecera hoje. De minha catastrófica aula de Educação Física, das coisas estranhas que Sam dissera, dos segredos que Matt disse que havia. Eu queria muito saber às tais revelações, mas tinha medo. O olhar de Sam me deixara muito tenebrosa de que estaria prestes a ouvir, quando fosse o momento.
Dei um tempo para as minhas teorias, e resolvi ligar para Marina para saber como ela estava. A dor da culpa ainda me tomava. Peguei o papel, que estava em meu bolso, e disquei os números. Foram necessários uns três toques até uma voz afobada atender meu telefonema.
- Alô? – a voz rouca do outro lado perguntou.
- Poderia falar com a Marina? – perguntei ansiosa.
- Só um minuto, ela ta na cama, vou levar o telefone até lá. – senti uma pontada de culpa.
Esperei pouco tempo até que a voz meio grogue de Marina atender ao telefone.
- Quem é? – as palavras saíram meio emboladas.
- Marina, sou eu Anne. Peguei seu telefone com a secretaria da escola, como você ta?
- Anne. – ela gemeu, após no que me pareceu, a tentativa dele de se mexer- Estou bem. É serio só um pouco grogue pela quantidade de remédios que me passaram.
- Ah Marina eu sinto muito, se tiver algo que eu possa fazer, pra amenizar meu estrago – fui interrompida por sua vez um pouco raivosa.
- Quantas vezes tenho que repetir para você que não foi culpa sua? Eu que peguei a bola de mau jeito Anne, pare de se culpar.
- Não consigo Marina, e amanha você vai pra escola? – perguntei tentando desviar do assunto de ‘’a culpa era de quem’’.
- Não Anne, o medico me mandou ficar de repouso até segunda. Você vai ficar bem lá?
- Não acredito que você ta preocupada comigo.
- Na verdade, não to não. Você tem alguém que fiquei contigo. – insinuou Marina.
- Lá vem você.
- Fala serio Anne, vai falar que não rola um clima entre vocês? Ele não para de te olhar um segundo.
Não era só eu então que havia reparado nos incansáveis olhares dele para mim.
- Ah, não sei. Ele... Ele é muito perfeito para mim. Sou sem sal demais.
- Para Anne, você é linda.
Ouvi então, uma voz carinhosa, pedindo para Marina se deitar.
- Anne, olha tão me torrando aqui para desligar. Querem que eu descanse.
- Ah ok, é bom mesmo. Boa tarde Marina. Melhoras.
- Obrigado Anne.
A chamada se silenciara. Minha mente voltara para os pensamentos que me cercavam há alguns minutos atrás.
Até que uma dor surgiu minha cabeça como se um martelo tivesse me atingido. Minhas têmporas queimavam em chamas. Uma angustia me tomou. Sentia minha cabeça a ponto de se explodir. Minha mente ficou vazia, e tudo tomara a cor de carmim. Parecia que a dor nunca iria cessar. Fiz de tudo para levantar de onde eu estava, mas a dor parecia aumentar. Quando de repente, tudo voltou ao normal. Da mesma maneira estranha que essa dor me tomou, ela se fora.
Muita coisa estranha estava acontecendo. Eu tinha medo do que viria a seguir.
O resto da tarde passou tranqüila, eu tomei um tilenol, pra caso a dor de cabeça, voltasse para me assombrar.
Resolvi então, passar a limpo a revisão de historia que a professora dera, não era nada de novo, mas pela falta do que fazer coloquei tudo organizado.
Um barulho na garagem anunciou que meus pais chegaram do trabalho. Eu sentia falta dos dois, mas sabia que a carreira deles dependia de viagens a cidades maiores. Eu não pretendia seguir a mesma carreira que eles, medicina estava fora de cogitação. Mexer com sangue, vidas não era algo que me deixa-se a vontade.
- Anne, querida, morro de preocupações em deixar você sozinha em casa. – Minha mãe, como sempre, rainha do drama, me puxará pra um abraço esmagador.
- Tudo bem mãe... Pode me largar. – tentei falar em meio ao aperto.
Ela preparou um jantar rápido, nada que eu não estivesse acostumada.Conversamos um pouco na mesa antes do cansaço me tomar.Resolvi deitar, o dia tinha sido cansativo para mim e a cama seria um bom refugio.

Meu coração pulsava cada vez mais rápido dentro de mim. A adrenalina tomava cada veia e cada artéria de meu corpo. Minhas pernas não acompanhavam o que minha mente queria. Eu teria que ser mais rápida, se quisesse sobreviver. Tanto esforço, para nada. Um galho no caminho fez que eu tropeçasse direto para o chão. Não tinha escapatória, eu fechei os olhos para não ver o ataque mortal de meu predador. Sua mão gélida me agarrou em um abraço mortal. Eu sabia que aquele era o meu fim.
Com um pulo, eu acordei de mais um pesadelo. Meu corpo transbordava em suor. Os primeiros raios de Sol brotavam no horizonte, e aos poucos invadiam meu quarto. Eram quase seis horas da manhã. Resolvi ir tomar banho, estava suada e estava ficando irritada.
Dentro do chuveiro, minha mente mais uma vez, voltara com as perguntas que eu ainda tinha em minha mente. O tal mistério que cercava os dois anjos de minha escola. Tentei, sem sucesso, encontrar em minha cabeça outro assunto em que eu pudesse me importar.
Vestindo a roupa notei que a marca avermelhada em meu pescoço havia se alastrado mais, quase tomando totalmente a parte esquerda de meu pescoço.
Descendo as escadas, percebi que só minha mãe estava sentada na mesa da cozinha. Olhei decepcionada e ela entendeu o motivo.
- Cirurgia de emergência Anne, sabe como é. – ela tentou explicar.
- Não tudo bem, entendo.
- Outra coisa, você se importaria de passar o fim de semana sozinha? – seu olhar era implorativo.
- Sabe que não mãe. Já me acostumei. Podem ir em paz. – disse sorrindo.
Me apressei já que mais uma vez minha carona estava a quilômetros de mim. Ao abrir a porta, confesso que me decepcionei um pouco ao ver que meu anjo, nem Sam, estavam sentados no banco.
A caminhada foi um pouco estressante, sem nenhum apoio, as calçadas escorregadias haviam se tornado um grande perigo para mim.
O colégio já estava cheio, alguns alunos estavam na porta, comentando sobre os testes para o filme de basquete. Procurei meu anjo, mas ele não estava lá. Na verdade, não o achei em lugar nenhum, cheguei a procurar no corredor, em direção a sala de aula, mas nada.
A sala estava vazia, assim como meu coração. Tentei me acalmar talvez ele havia se atrasado. Eu me sentia desprotegida longe dele. Sua proteção, em pouco tempo, se tornara um vicio, precisava dela para viver. Sabia que era um pouco de drama demais, mas tudo o que estava acontecendo estava longe de ser normal.
E eu estava certa, passaram-se os dois tempos de matemática, e nem sinal de Matt. Sem Marina também. Eu estava o mais solitária possível, a turma mal ou bem, já estava dividida nas típicas panelinhas.
O sinal tocou anunciando que meu solitário intervalo chegara. Adiei ao máximo a minha saída da sala de aula, não estava nem um pouco disposta a ficar no meio de tanta gente sozinha. Uma verdadeira intrusa no meio do formigueiro.
As mesas já estavam lotadas quando cheguei e sem fome, decidi passar o recreio no pátio exterior. Estava frio, mas meu casaco me deixara bem aquecida. Um toldo protegia os bancos da chuva, mesmo assim eles estavam úmidos. Fiquei ali sentada sozinha, olhando os pingos de chuva que ainda relutavam em cair. Então reparei, que do outro lado. Perto das paredes da escola, estava Sam. Um arrepio passara por todo meu corpo. Na mesma hora me lembrei de palavras que ele havia dito ontem para meu anjo. “Sabe que eu posso te tirar daqui a hora que quiser não sabe?”. Então ele havia cumprido a sua ameaça, ele havia tirado de alguma forma, Matt de mim.
A raiva passou pelo meu corpo, e logo eu já estava levantando. Não era de o meu feitio tirar satisfações, mas dessa vez era um caso especial. Ele notou que eu estava me aproximando dele, e começou a se mover em minha direção. Parei imediatamente, esperando que ele chegasse até mim. Ele estava ainda estava se aproximando quando comecei a despejar as acusações:
- Foi você não é? Por isso Matt não está aqui. Você disse que ia tirar ele de mim, e fez. Você não tem que cuidar da minha vida entendeu? Nem sei quem é você. Traga Matt de volta.
- Primeiramente, se acalme. Segundo, senta ali – disse ele apontando para um dos bancos- Assim que você se acalmar respondo as suas perguntas. – sua voz estava serena.
Sentei-me, mas ainda estava nervosa. Ele havia tirado Matt de mim.
- Vamos começar, sim, fui eu quem tirou Matt daqui. Eu disse, e fiz, tenho bastante poder para isso. Depois, tenho que cuidar de você, mais do que você imagina. E não, não vou trazer o fedelho de volta.
- Então você admite, pode me dizer o porquê você tirou ele daqui? Quem é você para mandar e desmandar nele?
- Sou muita coisa Anne, muita. Ele me desrespeitou, desrespeitou ordens que foram dadas a ele. Ele teve o que merecia.
Eu notava que sua voz tinha um timbre de ódio.
- Não estou entendendo nada, quer me explicar, por favor? E que historia é essa de você ter que cuidar de mim?
- Não dá Anne, você não esta preparada. – ele já estava se levantando, quando puxei seu braço.
Nossos olhares se encontraram por alguns instantes, antes dele desviar seus olhos.
- Eu estou preparada. – afirmei, mesmo sabendo que talvez, na verdade, não estivesse.
- Se tudo que você sabe até hoje, sobre si mesma, for uma grande mentira. Você agüentaria ouvir?
Suas palavras não me chocaram, eu tinha já havia chegado a conclusão que esses segredos envolveriam muita coisa.
- Eu estou preparada. – afirmei novamente.
- Então esta bem, te contarei toda a verdade. Hoje após a aula. Espere-me no portão da escola.
- Pode me responder somente a mais um pergunta?
- Pergunte.
- Você tem algo ligado a mim – afirmei. – Qual é essa ligação? Por favor.
- Promete que não vai entrar em choque como sempre?
- Prometo. – como ele sabia da minha insistente habilidade de entrar em choque?
- Eu... Eu – ele afagou meu rosto. Sentia meu corpo tremer de ansiedade- Sou seu irmão.
Mesmo tendo prometido que não entraria em choque, as palavras serviram como se um balde água fria, tivesse sido jogado em mim.

9 comentários:

  1. noooooooooossa! O.O
    ele é irmão dela! =O
    aiinn... kd o Matt???
    *---*

    como vc tem coragem de parar a história ai?
    ;)

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  2. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
    ele é irmão delaaaaaaaaaa?
    q isso
    :P

    q louko

    poxa cade o Matt?

    o que será q ele vai contar pra ela???

    aiiiiiiiiiiiiin morrendo de curiosidade

    Capitulo 8 chega logoooooooooooo

    by: Larissa Varella

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  3. MEEL DELS o: estou chocada ._.

    MATT KD DD:

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  4. Ai sua loka quer me matar do ♥ é?
    Como vc para a história assim?
    Curiosa para o cap. 8

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  5. EU SABIIIA

    a primeira coisa que me veio na mente sobre a tal ligaçao foi isso. de que eles eram irmãos !

    aaaain gente e agr cadê o Matt ? T.T

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  6. Sua história faz a minha ser um lixo feito por uma criança de dois anos. Vou entrar em depressão. Aulas acabam com a pessoa, sei como não tem tempo para nada, mas poste no final de semana :))

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  7. irmão......

    como assimmmmmm.....
    ai meu deus.......

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